Continuando com a nossa série, hoje abordo sobre o uso dos inseticidas. Principalmente no verão, quando queremos fugir de todo e qualquer tipo de inseto, utilizamos esses produtos diariamente. No entanto, muitos deles possuem substâncias altamente tóxicas aos animais, em especial aos gatinhos, como as permetrinas e os piretróides – eu já havia falado sobre elas no texto a respeito dos herbicidas e fertilizantes.
Veja bem, estou falando daqueles produtos que espirramos, os aerossóis. Já sobre aqueles difusores que ligamos na tomada, ainda não se sabe, ao certo, o quão perigoso ele pode ser para o desenvolvimento de intoxicações, porém, ele pode desencadear outros tipos de quadros clínicos, como doenças respiratórias e alergias.
Portanto, é de extrema importância evitar que os gatinhos fiquem no mesmo ambiente onde são utilizados esses produtos; pois a espécie é muito mais sensível e suscetível a desenvolver problemas de saúde.
Por que os gatos são mais afetados que outras espécies por substâncias específicas?
Eles são animais extremamente limpos, portanto, podem acabar ingerindo essas substâncias ao se lamberem em seus banhos diários. Até mesmo andar sobre tais produtos pode levar o gatinho a um problema de intoxicação, ou a algo mais simples, como uma alergia, por exemplo.
O organismo de gatos e cães reagem de modos diferentes no contato com essas substâncias. A maneira como o corpo felino manipula estes itens, quando ingeridos, podem ser prejudiciais, pois muitas vezes ele não possui mecanismos específicos para eliminá-las com segurança.
Com os gatinhos que possuem acesso livre à rua, os cuidados precisam ser ainda maiores, pois os tutores não sabem por onde andaram; e, muitas vezes, o animal demora a voltar para casa retardando o processo de identificação de uma possível intoxicação pelo dono. Da mesma forma se houver alguma suspeita de envenenamento, pois a toxina pode não ser identificada, já que simplesmente não é possível saber por onde o bichano esteve ou o que ele andou fazendo por aí.
Alguns gatos são pequeninos, o que significa que apenas uma pequena dose de certas toxinas já pode ser fatal.
Essas diferenças comportamentais e biológicas podem significar que os gatos são menos propensos a se recuperar de um envenenamento do que um cãozinho.
Quais sinais podem indicar que meu gato foi envenenado?
Os sinais de envenenamento variam de acordo com ao que o gato foi exposto. Muitas toxinas produzem sinais gastrointestinais, como vômitos e diarreia, outras produzem sinais neurológicos, como tremores, falta de coordenação, convulsões, excitabilidade, depressão ou coma. Há também os sinais respiratórios, como tosse, espirros e de respirar; outras, sinais de pele, como inflamação e inchaço. Também pode ser possível identificar problemas no fígado, como icterícia e vômitos ou insuficiência renal.
Algumas substâncias atuam em mais de um sistema corporal e, portanto, podem produzir qualquer combinação dos sinais acima. Se você perceber qualquer alteração no comportamento do seu gatinho, seja por contato direto ou indireto, entre em contato com seu veterinário de confiança, pois quanto mais rápido ele for tratado, maior será a probabilidade de sucesso.
Abaixo, segue um vídeo onde explico mais sobre o perigo dos inseticidas. Aproveite para seguir nossas redes sociais – Facebook, Instagram e Youtube – para ter acesso a conteúdos exclusivos sobre o reino felino.