Desde criança, sempre gostei mais de gatos que de outras espécies domésticas. Optei por fazer medicina veterinária por causa deles. Me identifico mais com esses animais porque, além da beleza, é desafiador lidar com as características comportamentais e físicas peculiares das raças.
Naturalmente que, depois de formada, meu grande desejo era ter um lugar voltado exclusivamente para os gatos; mas acabei percebendo que a necessidade de ter uma clínica especializada ia muito além de apenas gostar da espécie.
Até hoje os gatos sofrem preconceito! Infelizmente, muitos veterinários não estão preparados e até mesmo não gostam deles. É injusto com o animal e com o tutor tratá-los como cães pequenos. Gatos são totalmente diferentes! Eu costumo dizer que o maior inimigo do gato é o próprio médico veterinário que o trata como um cão. Ainda atendo muitos animais que recebem tratamentos inadequados que, não causaria nenhum dano ao cão, mas poderia matar um gatinho.
Por isso, o nosso objetivo é oferecer um atendimento mais “amigo do gato”, respeitando, principalmente, suas particularidades comportamentais. Nunca utilizando a força e, sim, respeitando o tempo do felino, sem causar traumas e estreitando o relacionamento entre eles e tutores, tutores e veterinários. Queremos educar o dono do gato a conhecer melhor o animal para poder decifrar eventuais problemas físicos precocemente e, sempre que possível, evitar problemas comportamentais que comprometeria a sua qualidade de vida.
A importância de um lugar só para eles
Para evitar as consequências que o estresse causa nessa espécie. A domesticação do gato é recente e incompleta, ou seja, são animais semidomesticados que, quando se sentem ameaçados, podem responder de forma agressiva ou recuarem a ponto de esconder sérios problemas de saúde. Isso dificulta o atendimento clínico e pode levar a diagnósticos equivocados ou mesmo a falta dele.
Um gato assustado tem seus parâmetros fisiológicos alterados como, por exemplo, alteração da pressão arterial, aumento da frequência respiratória e cardíaca e hiperglicemia que, frequentemente, é confundida com diabetes. Esse tipo de erro pode significar um risco à vida do animal, pois ele pode ser tratado por uma doença que ele não tem.
Além do comportamento já citado, em casos de medo extremo, o gato pode se tornar agressivo, impossibilitando que o especialista consiga manuseá-lo sem a utilização de contenção química com anestésicos, o que poderia oferecer um grave risco à saúde do animal.
De que forma os médicos especialistas podem contribuir para a saúde da espécie?
Educando o tutor sempre! A partir do momento que o tutor entende o que é normal ou não no comportamento do gato e aprende a identificar que algo não vai bem, mesmo que não saiba exatamente o que é, é importante consultar um veterinário para diagnóstico precoce!
Um clínico especialista em felinos trata o gato como a regra e não a exceção. Portanto, estamos mais preparados para identificar problemas comuns da espécie que o clínico geral julgaria raro ou tem menor experiência.
As especialidades em medicina veterinária têm a mesma importância que na medicina humana.
Lembrando que em nosso canal no Youtube, você encontra mais assuntos relacionados à espécie, de forma clara e objetiva!