Continuando com a nossa série sobre a frequência ideal de idas ao veterinário, falaremos, desta vez, sobre gatos adultos e idosos. Já sabemos que para os filhotes a frequência deve ser maior, já que o animalzinho ainda está em seu processo de crescimento.
Além da visita anual para atualização da vacinação, é recomendado que o gato de 2 a 6 anos de idade passe por consulta 1 vez ao ano para avaliação da saúde física, incluindo coleta e exames. A partir de 2 anos de idade, cada ano “humano” equivale a 4 anos felinos; e uma vez que os gatos escondem problemas de saúde, é nessa fase que podemos iniciar a investigação de problemas precocemente ou prevenir aqueles que venham a se desenvolver com o passar dos anos.
Um gato de 7 a 14 anos deveria passar por uma avaliação clínica 2 vezes ao ano. A partir daí, com 15 anos de vida, o gatinho já passa a ser geriátrico e recomenda-se a avaliação a cada 4 meses, que equivaleria a uma visita anual de uma pessoa idosa ao médico. Isso é somente uma estimativa para animais saudáveis. Já os com doenças crônicas, controladas ou não, devem receber um acompanhamento veterinário mais frequente.
Por que é importante levar meu gato ao veterinário com frequência?
Sabemos que o quanto antes um problema for detectado, melhores são as chances de tratamento e cura. Se um animal precisa passar por uma cirurgia, por exemplo, é melhor que seja feita enquanto o gato está mais jovem do que esperar que o problema evolua, e, até mesmo, piore e o organismo esteja mais debilitado ainda, aumentando o risco de complicações, tanto no procedimento cirúrgico, quanto na recuperação do animal. Isso serve também para as doenças crônicas como “insuficiência” renal ou cardíaca.
Quais são as doenças mais comuns na fase adulta e na fase idosa do gatinho?
O surgimento de doenças nessas duas fases depende muito do estilo de vida do animal e do ambiente onde ele vive. Os gatos adultos normalmente apresentam, com maior frequência, doença do trato urinário inferior, como cálculos na bexiga e uretra. Já os mais idosos sofrem com uma maior frequência de doença renal crônica. A obesidade em medicina felina é muito comum e suas consequências começam a aparecer nessa fase também.
No entanto, quando atendemos pacientes geriátricos, esses animais já chegam com uma doença degenerativa instalada e fica mais difícil detectar a causa primária do problema. Se nos deparamos com um gatinho com hipertensão arterial, ela pode ser uma consequência de uma doença renal crônica e, inclusive, a alteração cardíaca que ele venha a apresentar seja também por conta disso. Portanto, fica difícil detectar como tudo começou. Nesses casos o tratamento já é muito mais complicado, porque teremos diversos órgãos acometidos. Lembrando que esses gatos também podem sofrer de dor crônica articular.
Cuidados especiais no transporte do gato até a clínica veterinária
Desde o início, o gato deve ser acostumado a ser levado à clínica veterinária dentro da caixinha de transporte. Se isso for frequente, ele se sentirá protegido na caixa e o estresse das visitas serão menores. O ideal é que desde filhote o gato se acostume com a caixa, que ela faça parte do ambiente onde ele vive e que ele tenha acesso a ela, como algo familiar. Não é indicado guardar a caixa de transporte em um local que o gato tenha pouco acesso e só a veja quando for passar por uma experiência traumática, como a de ser forçado a entrar nela para ir ao veterinário. E pior, o gato que só vai ao veterinário quando está doente, associa a caixa a algo ruim pois só entra nela quando está mal.
Colocar na caixa toalhas com o cheiro de casa, usar feromônios sintéticos e cobri-la durante o transporte também pode ajudar.
A escolha da caixa de transporte
Há inúmeros modelos e tamanho de caixas de transporte para animais no mercado. É imprescindível, claro, que você opte por uma que caiba, confortavelmente, o seu gatinho. Dê preferência aos tipos desmontáveis (foto abaixo), pois eles facilitam a entrada e a saída do felino, além do manuseio do médico veterinário, que poderá examinar o animal sem tirá-lo da caixa, proporcionando uma experiência menos “dolorosa”.
Lembre-se que o gato se sente ameaçado fora do seu ambiente, por isso, mesmo que ele se sinta à vontade em seu colo, ele pode se assustar a qualquer momento, te arranhar ou, até mesmo, fugir.
Outro ponto importante é que todo e qualquer animal deve ser transportado em caixas dentro dos veículos. Essa é uma maneira de garantir a segurança de todos; além de evitar multas e perda de pontos na carteira de habilitação do tutor, já que a prática de levar o gatinho solto ou, até mesmo, no colo é considerada infração grave, com direito a cinco pontos na carteira e multa de R$127,69.
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Um grande beijo!