Eu não poderia deixar de falar sobre adoção responsável em nossa série sobre reprodução felina. Bati tanto na tecla da castração – acompanhe aqui e aqui –, tanto para evitar doenças, como para contribuir para o controle populacional dos gatinhos e, com isso, também evitar os maus tratos à espécie. Por isto, falar sobre adoção de modo responsável é fundamental.
A responsabilidade não é só de um lado não, viu gente. O doador precisa dar os primeiros cuidados aos filhotes para garantir sua saúde logo nos primeiros dias de vida, como o acompanhamento do desmame, a vermifugação, o primeiro quadro vacinal e etc. A grande questão é que o doador também precisa ter em mente que, ao doar o animalzinho, ele pode regressar. Isto porque o felino é territorial e precisa de um tempo maior de adaptação, especialmente se ele for para um lar onde já existam outros animais. O peludinho que já está instalado pode estranhar a chegada de um novo membro e o que está chegando pode não se sentir bem na disputa do território. Portanto, o ideal é que este tempo de adaptação seja em torno de 15 dias, podendo ser estendido até 30; e o adotante deve entender que ele vai precisar se dedicar mais na sociabilização destes animais. Como não queremos dois gatinhos infelizes, o adotado, provavelmente, precisará retornar para a adoção caso não haja nenhum indício de bom convívio. Isto também é adoção responsável.
Outro ponto importante é se atentar sobre como o seu gatinho, que já mora na sua casa, vai se comportar com a chegada de outro gatinho. Nunca divida o pote de ração, de água, a caixa de areia, nem a área de descanso com os dois felinos. Neste processo de adaptação, colocar os dois no mesmo ambiente pode prejudicar o peludinho que já é residente, dificultando este processo de aceitação. O recomendado é que estes itens sejam individuais, mesmo que eles usem o do outro. Então, atente-se a estas peculiaridades da espécie, pois os gatos são diferentes dos cães, não vão chegar brincando, nem morrendo de amores pelo outro “irmão”; e, muitas vezes, a alternativa final é ter que devolver o novo membro.
Aquele que vai adotar um novo gatinho e já tem um em casa precisa conhecer muito bem o seu peludinho. Isto porque, às vezes, a gente pensa que ele fica muito sozinho e está precisando de uma companhia, quando, na verdade, o felino gosta mesmo é de ficar sozinho, rs. Os gatos são assim: enigmáticos! Logo após a adoção do filhote ou de um animal já adulto, é importante passar por uma consulta com o seu veterinário de confiança para já realizar os exames de rotina, vacinas, assim como se programar para a castração do mesmo; mas, além de tudo isso, é fundamental realizar os testes das doenças virais transmissíveis para ter certeza de não levar nenhum vírus contagioso para dentro de casa e comprometer a saúde dos outros animais.
Tá vendo como adotar não é só dar ração? É preciso ter paciência, cuidado e dedicar muita atenção e amor aos gatos. Adotar é um lindo gesto, mas deve ser feito com consciência para não prejudicar o gatinho que já está na sua casa, nem o que está chegando.
No vídeo abaixo, eu conto mais um pouco a respeito do assunto. E continue ligado nas nossas redes sociais – Facebook, Instagram e Youtube – para continuar tendo acesso a conteúdos exclusivos sobre a espécie!