Ainda abordando nossa série sobre zoonoses, chegou a vez de falarmos da doença da arranhadura do gato. Ela é caracterizada pela inflamação dos gânglios linfáticos onde se deu a lesão, devido a inoculação da bactéria Bartonela Henselae, normalmente através de arranhões de felinos infectados.

Gânglios linfáticos inflamados
Transmissão
Os casos mais comuns de transmissão se deve ao contato, principalmente o arranhão de gatos jovens com até um ano de idade. Isso porque quem transmite a bactéria ao animal é a pulga, através da sua saliva e fezes. O felino, ao se coçar, provoca microlesões na pele e faz com que essa bactéria adentre em seu organismo. Os animais jovens, por não terem o sistema imune totalmente desenvolvido, mantém a bactéria em seu organismo por um período maior se comparado aos adultos.

Arranhão
Sintomas
Normalmente a doença é benigna, autolimitante e não requer tratamento. Entretanto, em casos mais complicados, alguns dias após a arranhadura do gato contaminado, são observadas lesões inflamatórias no local e os gânglios linfáticos próximos à região afetada podem aumentar de tamanho e perdurarem por até três meses.
Os felinos portadores da bactéria em geral são sadios e imunes a infecção.
Diagnóstico
Normalmente, o diagnóstico é feito pelo histórico clínico e pelo conjunto de sintomas. Ou seja, o histórico de contato com gatos, principalmente filhotes e a presença de arranhões provocados por eles com aumento dos gânglios próximos a lesão. Existe também a possibilidade de exames mais específicos como cultura bacteriana, sorologia, dentre outros, para isolamento e identificação da bactéria.
Tratamento
Os gatos não necessitam de tratamento. Em humanos, é muito importante esclarecer que o quadro vai se resolver sem a necessidade de tratamento específico. Em casos raros pode ser necessário o uso de analgésicos e anti-inflamatórios com o objetivo de minimizar algum desconforto ou dor. Pacientes imunocomprometidos devem receber atenção especial e uso de antibióticos para controle de possíveis co-infecções com outras bactérias.
Prevenção
A principal maneira de prevenir os felinos e os humanos de contraírem a doença da arranhadura do gato é fazendo o controle e inspeção de pulgas, uma vez que são elas as responsáveis pela contaminação ao animal.
Os tutores de felinos devem ser desencorajados a fazerem brincadeiras agressivas para evitar arranhões e ensinar as crianças a brincar e a segurá-los adequadamente. Higiene básica, como lavar as mãos após o contato com animais, especialmente os parasitados por pulgas, também é de suma importância.
É extremamente importante realizar o tratamento periódico de antipulgas nos gatinhos, pois são elas que os contamina, evitando, assim, o contágio e a contaminação. Os cães também são capazes de transmitir a bactéria se também forem parasitados por pulgas, por isso, deve-se seguir o mesmo procedimento.
Lembrando que, paralelo ao tratamento antipulgas, a visita frequente ao seu médico veterinário de confiança vai evitar que seus pets adoeçam. Somente um especialista poderá cuidar muito bem do seu gatinho ou cãozinho.