Continuando com a nossa série sobre zoonoses, chegou a hora de falarmos da esporotricose. Uma micose causada pelo fungo Sporothrix Schenckii, que pode afetar animais e humanos; não sendo uma zoonose exclusiva dos felinos.
Esse fungo habita o solo, plantas e madeira, ou seja, locais aonde haja presença de matéria orgânica, contaminando os gatinhos.
Contágio
Os gatos são os mais afetados devido ao seu hábito de enterrar as fezes e afiar as unhas em árvores. Portanto, se o local tem uma grande quantidade de fungos, as unhas se infectam e o gato acaba transmitindo a doença para o homem ou para outros animais, através da arranhadura.
É importante salientar que a saliva do gato doente não é uma forma comum de contágio.
E, embora seja raro, cães doentes também podem transmitir a esporotricose.
Sintomas
Nos felinos, as manifestações clínicas mais comuns são úlceras na pele que aumentam rapidamente de tamanho e não cicatrizam. Podem estar em qualquer parte do corpo do animal, mas são mais comuns na cabeça. Algumas até tem aspecto de tumor.
Já em humanos, as lesões se iniciam como um pequeno caroço que pode evoluir para uma ferida. Não é uma lesão específica e pode ser confundida com outras doenças de pele. Portanto, é bom ficar atento ao menor contato com os animais doentes.

Lesão causada pela esporotricose
Tratamento
Tanto para os gatos quanto para os humanos, há tratamento. Porém, não há como especificar o tempo, nem a dosagem das medicações que serão prescritas – aos felinos, pelo médico veterinário, e, aos humanos, pelo dermatologista – pois vai variar de acordo com o grau das lesões.
É muito importante que o tratamento seja seguido à risca para o combate eficaz dos sintomas.
Diagnóstico
O diagnóstico nos animais e nos humanos é feito da mesma forma: através da identificação e isolamento do fungo, através de várias técnicas como cultura fungica, histopatologia (biopsia), citologia e outras mais avançadas como a imunohistoquimica.
Prevenção
A principal forma de prevenção quando se trata desta zoonose é não permitir que o gato tenha acesso à rua ou à locais onde haja acumulo de matéria orgânica. Ao sair de casa, ele também pode ter contato com felinos doentes e contrair a esporotricose através de brigas.
Para evitar a doença, as pessoas devem ter cuidado ao manusear matérias orgânicas, evitando arranhões e esbarrões que possam causar uma ferida.
O uso de luvas para mexer no solo e em madeiras também é aconselhável.
Para finalizar, é extremamente importante o diagnóstico correto da doença, porque ela pode ser facilmente confundida com um tumor. Se você tiver um gatinho nessas condições, basta tratar o animal, pois esta zoonose é completamente curável.
Portanto, ao menor sinal de qualquer ferida, leve o bichano ao seu médico veterinário de confiança, de preferência um especialista em dermatologia felina, para realizar os exames adequados para a identificação da doença; e, consequentemente, e ter acesso ao melhor tratamento para o animal; além de garantir a prevenção do ambiente.